São Paulo – Em fevereiro, as vendas de apartamentos e casas usadas tiveram alta 55,63% na cidade de São Paulo, na comparação com janeiro. O crescimento foi impulsionado por uma queda de 15,9% no preço médio dos imóveis usados e por aumentos de até 200% nos percentuais de descontos concedidos entre janeiro e fevereiro.

Os dados fazem parte da pesquisa mensal realizada pelo Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo (Creci-SP) com 295 imobiliárias que atuam na cidade de São Paulo.

Nos últimos seis anos, a cidade registrou crescimento de vendas de imóveis usados em fevereiro, segundo o Cresci-SP. Isso acontece, segundo a entidade, porque as vendas costumam perder força nas férias de janeiro. Por mais que o mês de fevereiro também tenha uma semana de negociações mais fracas por causa do Carnaval, ainda assim o volume de vendas é maior do que em janeiro.

Ao considerar os dados de 2010 a 2016, o aumento registrado em fevereiro deste ano só não supera a alta ocorrida no ano de 2014, quando as vendas de usados aumentaram 73,73% do primeiro para o segundo mês do ano.

A maioria dos imóveis vendidos em fevereiro, ou 75,81% do total, tinha preço final de até 400 mil reais e padrão médio de acabamento, embora mais de um terço (33,86%) se situasse em bairros muito valorizados como Alto da Boa Vista, Campo Belo e Moema, que são agrupados na Zona A, segundo a classificação do Crescisp. A pesquisa também mostra que 50% dos imóveis foram comprados à vista.

Segundo José Augusto Viana Neto, presidente do Creci-SP, como o pagamento à vista é mais comum entre compradores que possuem rendas mais altas, é possível dizer que, além de boa parte das compras ter sido realizada pela “elite”, os compradores mais abastados parecem ter reduzido suas expectativas, comprando imóveis menores e menos refinados, mas sem abrir mão da localização.

 

Descontos

As informações da pesquisa do Cresci-SP são apuradas por grupos de regiões, que vão de A a E, sendo que no grupo A encontram-se os bairros cujos moradores têm maior poder aquisitivo e na região E são englobados os bairros com populações de menor poder aquisitvo (confira os bairros de cada grupo no documento apresentado no final da matéria).

Os descontos médios concedidos sobre os preços originais de venda foram de 4,31% na Zona A (queda de 4,22% sobre os 4,5% de janeiro); de 3,33% na Zona B (queda de 53,3% sobre os 7,13% de janeiro); de 8% na Zona C (aumento de 190,91% sobre os 2,75% de janeiro); de 9% na Zona D (aumento de 200% sobre os 3% de janeiro); e de 6,34% na Zona E (aumento de 10,34% sobre os 5,8% de janeiro).

O preço médio do metro quadrado dos imóveis usados caiu 15,9% de janeiro para fevereiro. Ao considerar os últimos 12 meses, a queda acumulada é de 20,70%.

Os dados sobre os valores médios dos imóveis também são divididos por grupos de regiões e também de acordo com o padrão (luxo, médio e simples), tipo do imóvel (casa ou apartamento) e tempo de vida da propriedade (até sete anos, de oito a 15 anos e mais de 15 anos).

Dentre as casas, os valores médios do metro quadrado variam de 1.875 reais (preço das casas de mais de 15 anos, com padrão simples e localizadas na zona E) a 11.764,71 reais (preço das casas de luxo, na zona A e com mais de 15 anos).

Já entre os apartamentos, os preços partem de 2.111 reais (valor médio de apartamentos de padrão médio, com mais de 15 anos, na zona E) e chegam a até 8.819 reais (preço médio do apartamento de padrão médio, na zona B, com 8 a 15 anos).

Como os dados refletem os preços praticados apenas nas vendas ocorridas em fevereiro, em alguns casos não há referência de valor para uma determinada tipologia de imóvel. Isso explica por que os apartamentos de padrão médio são os mais caros da pesquisa – não foram apresentados preços médios para os apartamentos de padrão luxo, mais novos e localizados na zona A.

 

Aluguéis

Em fevereiro, o volume de locações na cidade de São Paulo aumentou 14,22% em relação ao mês de janeiro. No mesmo intervalo de comparação, o valor médio do aluguel caiu 4,36%.

Aluguéis com valores médios de até 1.200 reais mensais representam 52,69% dos contratos assinados nas imobiliárias pesquisadas, pouco menos do que os 59,34% de janeiro.

A pesquisa também mostrou que houve uma leve melhora no número de inquilinos inadimplentes. Eles respondiam por 5,89% do total de imóveis alugados em janeiro – o que representava um crescimento de 14,15% em relação a dezembro – e, em fevereiro, passaram a representar 5,74% dos contratos em vigor.