Por mais cuidado que se tenha, não tem jeito: toda obra gera entulho e sobras de materiais. Só que soluções criativas e um pouco de empenho podem minimizar esse ‘efeito colateral’ das reformas e construções. Siga algumas dicas do UOL de como dar destino certo a tais produtos, o meio ambiente agradece e seu bolso, também!
Ops, comprei demais!
A sobra pode ser gerada pelo medo do material ser insuficiente, por erro de cálculo na hora da compra ou mesmo por mudanças no projeto, durante a obra. Há, também, excedentes naturais, como os de revestimentos cerâmicos e pisos, adquiridos com margem para suprir eventuais avarias (que devem ser guardados – a média é de 10%).
Ideias espertas
- Vender ou doar sobras de materiais em redes sociais e sites de compra: essa é uma boa saída para pacotes fechados de cimento, areia e rejunte, telhas e blocos, por exemplo.
- Trocar na loja onde o produto foi adquirido: isto vale, por exemplo, para acessórios metálicos e componentes de elétrica, desde que estejam na embalagem original.
- Doar as sobras de materiais de construção para instituições filantrópicas. Não são todas, mas algumas aceitam produtos como tinta e argamassa, para comercializá-los em seus bazares ou repassar para famílias carentes. Um exemplo é a Fundação Gaúcha dos Bancos Sociais, que reaproveita e direciona doações através do Banco de Materiais de Construção.
- Perguntar para amigos, vizinhos, funcionários do prédio, se eles têm interesse em aproveitar alguma coisa. De repente, por trás de um porteiro solícito há um marceneiro de fim de semana que ficará muito feliz com sobras de madeira.
Acho que o material removido ainda rende um caldo
Em reformas, é bastante comum removermos materiais e objetos para a entrada de equivalentes novos e melhores. Mas nem sempre esses produtos precisam ir para a caçamba de entulho. Por exemplo, você quer trocar o armário, mas o existente ainda está em boas condições? Decidiu eliminar portas para integrar o espaço ou trocar o chuveiro por um modelo mais potente? Tudo isso pode ser reaproveitado.
Dicas de ouro
- Lojas de produtos de demolição normalmente se interessam por portas de madeira, esquadrias de alumínio, boxes de vidro e até pisos (laminado ou vinílico). Mas para que tenham condições e reúso é fundamental que a remoção não lhes cause danos. Por exemplo, que tal comercializar cerâmicas antigas e em bom estado em cemitério de azulejos?
- Outra sugestão é vender as sobras para quem está fazendo obra nas proximidades de sua casa ou via sites de materiais de segunda mão.
- Por que não doar o item para alguma entidade assistencial? Aqui vão mais dois exemplos: Aldeia do Futuro, que promove a educação de jovens de áreas carentes de São Paulo, e o site de classificados que promove a ponte entre doadores e receptores em estados do Sul e Sudeste chamado Construtroca. Você também pode vender/ doar os objetos para marceneiros, serralheiros e artesãos que trabalhem com material reciclado. Portas e esquadrias velhas se transformam facilmente em um móvel ‘estiloso’.
O material que sobrou não tem a menor condição de uso
Quando o material não tem a menor condição de ser reaproveitado, a saída é recorrer ao descarte. Neste caso, tome cuidado para eliminar os restos corretamente.
Faça assim…
- Alugue caçambas de empresa regulamentada na prefeitura de sua cidade. Certifique-se de que a prestadora que irá retirar os entulhos descarta os resíduos da forma adequada: na maioria das prefeituras, é possível fazer a consulta, como no caso do Rio de Janeiro.
- Se o volume de entulho for baixo para não justificar o aluguel de uma caçamba, leve as sobras a um ponto de descarte adequado. Em São Paulo, por exemplo, a prefeitura disponibiliza Ecopontos em várias regiões da cidade. O serviço também é oferecido por municípios como Recife e Belo Horizonte.
- Se a sobra for de tinta, a saída é mais complicada: se não for possível doar o excedente, esgote seu conteúdo em folhas de jornal ou restos de madeira, que podem ser descartados no lixo comum. Quando seca, não há empecilhos para a tinta seguir normalmente com o entulho da obra. Em hipótese alguma o resto deve ser misturado com água e despejado na rede de esgoto, por ser altamente poluente. Latas e embalagens vazias podem ser rejeitadas como sucata metálica, depois de furadas para evitar a reutilização e o acúmulo de água.
Fontes: Celso Luchezzi, engenheiro de materiais, professor do Centro Universitário Mackenzie e palestrante da 3ª Feconati (Feira Internacional de Construção Sustentável); Karina Korn; arquiteta; “Cadernos de Consumo Sustentável, publicação do Ministério do Meio Ambiente” ; prefeituras municipais de Belo Horizonte, Curitiba, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo.
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