Com inflação mais baixa e tendência de queda na taxa básica de juros (Selic) neste ano os bancos também devem oferecer um financiamento imobiliário mais barato. É o que apontam representantes do setor e economistas.

Gilberto Barbosa, economista, aponta que a expectativa tem base conjuntural. “Com o arrefecimento da inflação e aprovação da PEC do teto dos gastos, o Banco Central deve ficar mais confortável para começar um ciclo mais pronunciado de afrouxamento monetário”, avalia, ressaltando que isso deve afetar também os juros de financiamento imobiliário.

O presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Ceará (Sinduscon-CE), André Montenegro, diz que, com certeza, o financiamento ficará mais barato. “A inflação mostra sinais de queda e o Banco Central já sinalizou que vai baixar a taxa de juros que reflete em toda a economia”, comenta.

O presidente Rede de Imobiliárias Cearense (RIC), Flávio Pinto, também considera que a tendência é poder financiar com taxa de juros mais baixas. Avalia, entretanto, que como o País não resolveu o problema político tudo pode acontecer. Para ele, são duas as mudanças mais urgentes: a queda dos juros e desburocratização do financiamento imobiliário. “Estamos acreditando no bom senso do Governo para que baixe os juros para gerar mais empregos e renda na indústria da construção civil”, comenta.

O economista Luiz Calado, autor do livro “Imóveis – seu guia para fazer da compra e venda um grande negócio”, diz que é difícil prever se o financiamento imobiliário vai ficar mais barato em 2017. “Mas se a expectativa da taxa Selic terminar o ano abaixo dos 10% se concretizar, certamente haverá redução na taxa”. Ele pondera, no entanto, que os juros imobiliários também dependem de questões políticas e do cenário internacional.

O economista e diretor da Nova Securitização S.A, José Pereira Gonçalves, avalia que para 2017 as expectativas são bastante positivas. “Em primeiro lugar, na grande maioria das cidades, o valor dos imóveis vem apresentando queda. Em segundo lugar, nas operações em que o financiamento será feito com recursos do FGTS ou da Poupança, a correção das prestações deve apresentar redução, tendo em vista a baixa da TR (Taxa Referencial), face à sinalização de queda da taxa Selic, como resultado da redução da inflação”, explica. (Artumira Dutra)

DICAS

PESQUISE E AO ENCONTRAR o imóvel que atende às suas expectativas, verifique se suas condições financeiras permitem realizar a compra.

SE A COMPRA for feita com financiamento, é importante que a prestação não comprometa muito a renda do comprador, para evitar problemas futuros. Alguns especialista recomendam que não deve ultrapassar 30%. O economista José Pereira Gonçalves diz que o ideal é que a prestação seja inferior a 25% da renda.

INFORMAR-SE A respeito do seu limite de crédito antes de buscar o imóvel.

PESQUISE AS melhores taxas e condições em vários bancos. Para evitar pagar juros mais caros, é importante estar informado sobre as taxas cobradas no mercado e simular o financiamento imobiliário. Converse com os gerentes e tente negociar.

ANALISE O SEU orçamento familiar para evitar apertos financeiros e inadimplência. Tenha em mente que este investimento terá que ser honrado todo mês com o pagamento da mensalidade do financiamento.

BUSQUE OS serviços de um corretor de imóveis profissional ou imobiliária, que podem orientar e prevenir muita dor de cabeça.

QUEM FUNDO de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) deve utilizar na compra do imóvel. O valor pode servir tanto como entrada, como também para amortização de aldo devedor.

SE POSSÍVEL dê uma boa entrada para reduzir o valor financiado.

MANTENHA uma quantia mínima de 5% do valor do imóvel em sua conta para eventuais gastos com registro do imóvel e despesas de cartório. No caso, do primeiro imóvel o registro é gratuito.