A confiança do mercado imobiliário está voltando. Uma pesquisa realizada pela Associação para o Desenvolvimento Imobiliário e Turístico do Brasil (ADIT Brasil) revela que 91% dos empresários do setor pretendem voltar a investir ou empreender em 2018. E os municípios do Nordeste estão no radar de 30% deles. No Ceará, a expectativa é que as construtoras voltem a lançar no segundo semestre do ano que vem.
Segundo o estudo, a região Sudeste lidera, respondendo por 40% da área de interesse dos entrevistados. A pesquisa Perspectiva de Mercado, que ouviu 174 associados da Adit Brasil, entre os meses de outubro e novembro, mostra que não são só as capitais que devem receber investimentos.
Municípios com população entre 201 mil e 500 mil habitantes são a preferência de 26% dos entrevistados para prospecção de novos negócios no próximo ano. Em seguida, aparecem cidades com mais de 1 milhão de habitantes (23%) e aquelas entre 501 mil e um 1 milhão de moradores (21%).
Indicadores
“A pesquisa traduz em números um sentimento que a gente já percebe no dia a dia. E isso tem muito a ver com a queda da taxa básica de juros (Selic) e do desemprego”, diz o presidente da Adit Brasil, Felipe Cavalcante.
No Estado, o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Ceará (Sinduscon-CE), André Montenegro, também está entre os otimistas. Acredita que, se a Selic ficar em torno de 7% (atualmente a taxa está em 7,5%), apesar de ainda ser um índice considerado alto na opinião dele, o possível recuo já vai repercutir na economia de modo geral e estimular cada vez mais pessoas a tirarem seu dinheiro da aplicação financeira para investir no mercado da construção.
“Esta reta final de ano e o primeiro semestre do ano que vem serão apenas para acelerar as vendas do estoque que já existe, mas, a partir do segundo semestre de 2018, as construtoras vão poder voltar a lançar novos empreendimentos”, afirma.
A pesquisa da Adit Brasil mostra que a decisão de investir está muito mais associada a uma questão de segurança em relação ao cenário macroeconômico do que propriamente uma dificuldade de caixa das empresas.
Política
Na avaliação dos entrevistados, a principal ameaça apontada à melhora da conjuntura do mercado imobiliário é a política (39%) e a economia (24%). Índices bem acima, por exemplo, do risco mercadológico (24%) ou financeiro (5%). “Ainda falta mais equilíbrio da parte política, mas a economia, pelo menos, está se descolando um pouco disso. O endividamento dos consumidores ainda está alto, mas, com a retomada do emprego, deve melhorar”, observa o diretor da Luciano Cavalcante Imóveis, Luciano Cavalcante Filho.
- Artigo Anterior Checklist de Fim de Ano: Como Preparar Seu Imóvel para 2025