Depois de dois anos seguidos em que começou em queda, o mercado de imóveis usados iniciou 2018 com alta expressiva das vendas no Estado de São Paulo. Pesquisa feita pelo Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo (CRECISP) em 37 cidades do Estado, incluída a Capital, registrou aumento de 17,04% nas vendas em janeiro comparado a dezembro.
“É o melhor janeiro dos últimos 8 anos e isso não é pouca coisa”, comemora José Augusto Viana Neto, presidente do CRECISP, ao lembrar que até agora o melhor desempenho de vendas no primeiro mês do ano havia sido o de 2010, quando a pesquisa CRECISP apurou crescimento de 36,01% sobre dezembro de 2009. Entre janeiro último e janeiro de 2010, houve cinco anos que começaram com queda de vendas e dois com alta (ver quadro abaixo).
“Estamos saindo da recessão econômica, uma das piores que o País já enfrentou, e os resultados de janeiro indicam que esse segmento do mercado imobiliário pode estar embarcando na onda da recuperação que já é sentida em vários setores da Economia”, avalia Viana Neto. Ele considera o crescimento de 17,04% um “sinal positivo” para vendedores e compradores. “É uma injeção de ânimo para quem precisa ou quer vender e um indicativo de oportunidade para quem não tem imóvel próprio ou deseja trocar o que já tem”, afirma o presidente do CRECISP.
“A oportunidade está em aproveitar o momento de baixa do mercado, em que os preços estão contidos, e a reativação do financiamento imobiliário em bancos que estavam com as carteiras desse tipo crédito praticamente fechadas no ano passado”, argumenta Viana Neto. Ele lembra que apesar de os preços dos imóveis usados terem subido em média 2,45% em janeiro último sobre dezembro, nos últimos dois anos eles perderam para a inflação.
Em 2017, o índice Crecisp, que mede o comportamento dos aluguéis novos e dos preços de imóveis usados nas 37 cidades em que a pesquisa é feita, ficou positivo em 1,23%, abaixo da inflação oficial (IPCA) de 2,95%. Em 2016, quando o IPCA foi de 6,29%, o índice Crecisp registrou alta de 4,26%, dois pontos percentuais a menos.
Venda à vista domina
Nas 999 imobiliárias que o CRECISP consultou, o volume de negócios realizado em janeiro nas 37 cidades pesquisadas, fez o índice de vendas estadual evoluir de 0,2617 para 0,3063 (alta de 17,04%). Praticamente a metade (48,69%) dos imóveis negociados foi vendida à vista. O financiamento de bancos respondeu por 38,89% do total, e ainda houve 12,09% de negócios fechados com pagamento parcelado diretamente pelos donos de casas e apartamentos e 0,33% vendidos com carta de crédito de consórcios.
O crescimento das vendas em janeiro sobre dezembro ocorreu em três das quatro regiões que compõem a pesquisa CRECISP: Capital (+ 6,61%), Litoral (+ 61,28%) e as cidades de Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema, Guarulhos e Osasco (+ 13,15%). No Interior houve queda, de 6,53%.
As imobiliárias consultadas venderam mais apartamentos (61,76% do total) do que casas (38,24%). Os descontos que os proprietários normalmente concedem sobre os preços originalmente fixados para venda foram menores em janeiro. A queda foi de 11,52% para imóveis de bairros de periferia (de 9,29% em dezembro para 8,22% em janeiro), de 26,72% em bairros de regiões centrais das cidades (de 10,29% para 7,54%) e de 9,01% em bairros de áreas nobres (de 8,66% para 7,88%).
Os imóveis mais vendidos em janeiro no Estado de São Paulo foram os de até R$ 300 mil, com 51,63% do total negociado pelas 999 imobiliárias. Na divisão das vendas por faixa de preço, 53,1% das unidades vendidas se enquadraram nas faixas de até R$ 4 mil o metro quadrado.
Locação residencial cresce 6,85%
A locação de imóveis residenciais cresceu 6,85% em janeiro sobre dezembro no Estado de São Paulo, o 10º ano seguido em que se registra crescimento nesse mês segundo o histórico das pesquisas feitas pelo Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo (CRECISP). Este janeiro de 2018 foi, porém, o de menor crescimento dessa série (ver quadro abaixo).
À exceção da Capital, com queda de 17,39% em comparação com dezembro, o número de imóveis alugados cresceu no Interior (+ 19,14%), no Litoral (28,06%) e nas cidades da região do A, B, C, D mais Guarulhos e Osasco (31,67%).
Nas 999 imobiliárias pesquisadas pelo Conselho em 37 cidades, o volume de locações fez o índice estadual evoluir de 2,4572 em dezembro para 2,6256 em janeiro. A maioria dos novos inquilinos preferiu as casas (53,72% do total) aos apartamentos (46,28%). Essas mesmas imobiliárias receberam as chaves de imóveis em número correspondente a 72,93% do total de novas locações.
Mais da metade das novas locações – 51,24% do total – vai custar aos inquilinos um aluguel mensal de até R$ 1.000,00. Para alugar esses imóveis, os proprietários concederam descontos médios sobre o aluguel originalmente pedido de 10,67% nos bairros nobres das cidades, de 11,6% nos bairros centrais e de 11,18% nos bairros de periferia.
A pesquisa CRECISP apurou também que 68,51% das novas locações em janeiro foram de imóveis situados em bairros de áreas centrais das cidades, distribuindo-se os demais entre bairros da periferia (22,68%) e de regiões nobres (8,81%).
Fiador nos contratos
A forma de garantia mais adotada nos novos contratos de locação firmados em janeiro foi a do tradicional fiador, presente em 55,24% deles. As outras opções utilizadas foram o depósito de valor equivalente a três meses do aluguel mensal (17,96%), a caução de imóveis (11,7%), o seguro de fiança (11,74%), a cessão fiduciária (2,02%) e a locação sem garantia (1,33%).
A inadimplência subiu 11,49% em janeiro nas imobiliárias pesquisadas ao passar da média de 5,05% dos contratos em carteira em dezembro para 5,63% em janeiro.
Evolução das vendas de imóveis
Usados e aluguel residencial em SP
Janeiro sobre Dezembro – variação %
Ano Venda Locação
2018 + 17,04% + 6,85%
2017 – 11,19% + 22,45%
2016 – 11,19% + 15,18%
2015 + 3,70% + 29,69%
2014 – 20,48% – 19,12%
2013 + 0,96% + 16,41%
2012 – 18,37% + 24,11%
2011 – 19,39% + 14,51%
2010 + 36,01% + 103,72%
2009 + 40,70% + 73,15%
Fonte: pesquisas CRECISP
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