A preocupação com o meio ambiente vem ganhando cada vez mais adeptos em todos os setores da sociedade e da economia, e o mercado imobiliário encontrou na adoção de conceitos voltados à preservação do meio ambiente e melhor gestão dos recursos naturais uma forma de ganhar competitividade e atrair clientes.
E essa nova onda não se restringe apenas à incorporação desses conceitos nos projetos. Nas rotinas administrativas dos escritórios e nos canteiros de obras das incorporadoras já é possível notar a mudança de mentalidade.
O exemplo disso pode ser visto numa incorporadora que gerencia a construção de vários apartamentos em Bauru (SP), onde o papel começa a ganhar status de “coisa do passado”. Para evitar o gasto excessivo do produto em contratos, a empresa resolveu disponibilizar o documento eletrônico.
Segundo o gerente regional da incorporadora, Eric Dourado Jorge, a iniciativa já tem resultado em impacto positivo no gasto do produto que é feito a partir de um recurso natural (celulose). Como um único contrato utilizava em média cem folhas de papel, a estimativa feita através da multiplicação pelo número de clientes é que a economia é significativa.
“Inovamos ao excluir os contratos em três vias, que usavam cem folhas. Nessa modalidade [eletrônica], o cliente faz uma única assinatura, com a mesma validade jurídica, e a gente evita desperdício”, explica o gerente.
Mas além das inovações nas rotinas administrativas, as mudanças chegaram também aos canteiros de obras, onde medidas de sustentabilidade foram tomadas. Em um empreendimento de Bauru que terá 200 unidades, todo o lixo é separado.
Os funcionários dispõem de lugar certo para fazer o descarte de tudo o que é utilizado na obra. A cada semana, todo o material é coletado por empresas certificadas que vão dar uma destinação correta esse material que foi separado.
O gerente de incorporação da empresa, Alberto Magyori, explica que outras medidas foram adotadas para que o empreendimento melhore seu desempenho como empresa ecologicamente correta.
“Substituímos copos descartáveis por canecas, passamos a utilizar telhas translúcidas e sistema de iluminação inteligente, com lâmpadas de led de acionamento por sensores de presença”, enumera Magyori.
Condomínios sustentáveis
Além das ações sustentáveis nos escritórios e canteiros de obras, as incorporadoras têm aplicado esses conceitos nos projetos arquitetônicos dos empreendimentos. Segundo Marco Dobri, gerente de projetos de uma construtora que atua há 18 anos em Bauru, a sustentabilidade como conceito tornou-se cada vez mais evidente nos projetos.
“Essa consciência trazemos desde a execução das obras, com descarte correto de materiais, por exemplo, no processo construtivo, e levamos tudo isso aos nossos clientes no produto final”, explica Dobri.
Alguns exemplos de como os projetos estão em sintonia com essa tendência é que eles agregam detalhes como estímulo ao uso da luz natural e, quando necessário, de luzes de led, adoção de piso vinílico, que é reciclável garante maior conforto térmico, e de janelas que permitem ao morador movimentá-las de acordo com a incidência solar.
Os empreendimentos da construtora também contam com sistema de captação de energia solar através de painéis fotovoltaicos, que geram energia sustentável para toda iluminação da área comum do condomínio. O sistema também garante diminuição do valor da conta de energia elétrica.
Outra tendência em nome da sustentabilidade é a opção do uso de gás natural no lugar do tradicional gás liquefeito de petróleo (GLP) para alimentar fogões, grills e aquecedores de água que alimentam os chuveiros, o que também garante economia de água.
Os novos condomínios sustentáveis já são entregues com lixeiras para o acondicionamento do lixo orgânico e reciclável, além de recipiente para descarte adequado do óleo de cozinha. Eles contam ainda com sistemas de reuso que coletam toda a água da chuva para ser utilizada na lavagem de pátios e os cuidados com os jardins.
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