Todo motorista calejado sabe que o carro começa a perder preço quando sai da concessionária, daí em diante o valor só despenca. O que muita gente desconhece, porém, é que os imóveis também possuem um ciclo de desvalorização e aquele ganho de valor registrado após a entrega pode sumir se o proprietário não tomar os devidos cuidados.
O ciclo do imóvel, de acordo com o engenheiro e conselheiro do Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia (IBAPE), Arival Cidade, tem início com a valorização que a unidade conta entre a venda na planta e a entrega das chaves. “No período entre a assinatura do contrato na planta e a entrega do imóvel, os proprietários normalmente comemoram uma valorização que pode oscilar entre 18% e 35% sobre o valor da compra, a depender das características da unidade”, explica.
Os principais fatores que viabilizam a valorização são: localização, padrão de acabamento do empreendimento e até mesmo a situação do mercado imobiliário. “Uma construção voltada para o médio e alto padrão, logicamente, vão valorizar mais do que construções populares, principalmente pelos atributos de lazer e tecnologia que oferecem”, pontua. “O fator fundamental, na taxa de ganho, porém, é a conjuntura do mercado, se os negócios estiverem aquecidos, o imóvel ganha mais preço, se não, o normal é o valor da compra se manter congelado”, complementa o engenheiro.
Queda Livre
A engenharia e a arquitetura são áreas suscetíveis a tendências, por isso, o perfil das construções sofre modificações com o passar do tempo. Um dos primeiros sinais de defasagem é a estética do imóvel. Em seguida, são os desgastes estruturais característicos que começam a alimentar a desvalorização.
“A construção se torna obsoleta por fatores como desgaste das instalações hidráulica e elétrica, infiltrações e falta de renovação da pintura. Se esses problemas não forem tratados, em 30 anos o valor do imóvel pode até cair pela metade”, garante.
Segundo o engenheiro, o proprietário e a administração, no caso dos condomínios, devem solicitar a vistoria de recebimento por profissionais qualificados assim que as chaves forem entregues.
A revisão também deve ser solicitada até quatro anos após a entrega do imóvel, para que a construtora seja acionada em caso de irregularidades ou vícios ocultos, como previsto no Código Civil.
Recauchutada
Para evitar uma maior desvalorização, o vice-presidente do CRECI (Conselho Regional de Corretores de Imóveis), José Alberto Vasconcellos, recomenda uma renovação de fachada a cada dez anos. Segundo ele, a aparência é decisiva na hora de fechar negócio. “Pastilhar, mudar a pintura, renovar as esquadrias são alternativas para valorizar o imóvel. Se o cliente tem a opção por dois imóveis, vai optar pelo mais conservado, memso sendom mais caro”, diz.
Para manter o imóvel em alta
Vistoria
Solicite uma vistoria por técnico habilitado na entrega do imóvel e repita o procedimento em quatro anos, para que possíveis falhas estruturais e vícios ocultos sejam reparadas pela construtora sem maiores prejuízos financeiros para o seu bolso.
Atenção
Em imóvel independente ou em condomínio, é importante estar atento aos desgastes estruturais para que as obras de reparo sejam feitas rapidamente, evitando o acúmulo de problemas causados pelo tempo.
Upgrade
A cada dez anos uma repaginada no visual interno e externo do imóvel, pode ser uma estratégia interessante para manter o imóvel valorizado. Pisos, pintura interna e externa, esquadrias, e instalação de sistemas de automação que modernizem a convivência dos moradores, aumentam o valor da unidade.
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