Ricardo Amorim fala sobre economia e mercado imobiliário

Em entrevista durante o evento Conecta Imobi 2017, o economista Ricardo Amorim explica que o alto índice da perspectiva “ruim” ou “incerta” dos consumidores deve-se ao reflexo dos últimos anos e justifica que a tendência das pessoas é projetar o passado recente para o futuro. Ele ainda justifica que esse sentimento do consumidor não caminha de forma linear. É cheio de altos e baixos, mas que depois de períodos muito ruins, o comum é que venham períodos muito bons. Confira o depoimento completo:

De acordo com o economista, o mercado imobiliário é extremamente cíclico, visto que depende da confiança do consumidor e crédito. Esses dois pontos sempre acabam “sumindo” quando o cenário fica ruim. Ou seja, quando a economia fica ruim, o mercado imobiliário também fica e, consequentemente, a confiança diminui.

Entretanto, Amorim afirma que o pessimismo do consumidor tem os seus prós e pode criar oportunidades:

Como aproveitar um momento de crise?

– De um lado para quem deseja investir, já que o melhor momento para isso é quando ninguém quer fazer investimento. Isso porque tem muita gente querendo vender e poucos querendo comprar.

– O outro lado é para quem está no negócio. Muitos profissionais, quando observam que as coisas estão ficando complicadas, acabam saindo do ramo. Isso faz com que a concorrência diminua e quando a demanda volta, as oportunidades aparecem para quem aguentou passar pelo momento mais difícil.

Sobre a chance da recuperação da economia, Ricardo Amorim afirma que mesmo que o crescimento de 1% pareça pouco, o crescimento do PIB é positivo. A recuperação pode não estar num ritmo que estava antes, mas a confiança pode voltar a subir e a economia ganhar forças novamente, já que isso é preciso para que as pessoas não sintam medo de investir nos imóveis.

Outro fator que deve melhorar é a confiança de quem financia os imóveis. A taxa de juros acabou despencando por conta da inflação e o “caos político” piorou ainda mais o momento. Entretanto, o cenário pode melhorar e assim que voltar o crédito, volta a demanda por imóvel e todo o ciclo positivo.