A rentabilidade anual dos imóveis na cidade de São Paulo chegou a 5,6% em setembro, superando o retorno da caderneta de poupança pelo terceiro mês consecutivo, de acordo com o Index SP, levantamento divulgado ontem (24) pelo portal Imovelweb.

Com o nível de rentabilidade atual, são necessários 17,9 anos de locação para recuperar o gasto com a aquisição de um imóvel, tempo 4,4% menor do que o registrado há um ano. Segundo nota divulgada pela Imovelweb, o preço do aluguel subiu nos últimos meses, enquanto o da venda ficou estável no período.

Em setembro, o aluguel de um apartamento padrão – de 65 metros quadrados, com dois dormitórios e uma vaga de garagem – ficou em R$ 1.745 por mês, valor 0,6% maior do que o registrado no mês anterior.

No período de 12 meses encerrado em setembro, a subida do preço do aluguel foi de 3,4%, percentual ainda abaixo da inflação anual do período, que ficou em 4,3%, de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo o CEO do Imovelweb, Leonardo Paz, o momento de retomada econômica tem “excelentes oportunidades” para quem deseja investir em imóveis na capital paulista.

Isso porque, mesmo com preços ainda relativamente baixos, as casas e apartamentos já apresentam uma rentabilidade superior à da poupança.

Por regiãoNo último ano, os bairros que tiveram os maiores aumentos de preços para locação no município foram Mirandópolis, Liberdade e Vila Brasílio Machado, com avanços de 22,9%, 22,6% e 22,4%, respectivamente.

Já as regiões com valores mais caros do aluguel, em setembro, foram Vila Olímpia (R$ 4.605 por mês), Itaim Bibi (R$ 4.569) e Cidade Monções (R$ 4.547).

Na ponta oposta da tabela, os bairros com mais baixo valor médio do aluguel foram Vila Campestre (R$ 1.207) Jardim São Savério (R$ 1.181) e Cidade Líder (R$ 1.145).

No quesito venda, os preços na cidade ficaram estáveis. A maioria dos bairros (60%) não teve mudanças significativas de preços nos últimos 12 meses.

Em setembro, o valor médio do metro quadrado na capital ficou em R$ 5.922, uma diminuição de 4,5% no acumulado anual. O preço mais alto foi visto na região oeste (R$ 8.271), enquanto a área central da cidade marcou a maior valorização no período, de 15%.

No recorte por bairro, o preço mais elevado do metro quadrado paulistano foi visto em Ibirapuera (R$ 19.570), Jardim Europa (R$ 17.975) e Vila Nova Conceição (R$ 16.924). Os preços mais baixos estavam em Guaianases (R$ 3.454), José Bonifácio (R$ 3.159) e Chácara Santa Etelvina (R$ 2.148).

TendênciaNa opinião de especialista consultado pelo DCI, o mercado imobiliário deve levar alguns anos para recuperar o ritmo visto antes da crise econômica.

“A perda de valor [dos imóveis] durante a recessão foi muito grande, assim como o número de lançamentos diminuiu muito nesse período”, afirma Agostinho Pascalicchio, professor de economia da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

“Como estamos no fundo do poço, qualquer melhora de renda ou de crédito deve melhorar o setor”, diz ele, sobre a tendência para o ano que vem.