O mercado imobiliário está na mesma trilha de recuperação de outros segmentos da economia, com projeções otimistas para este ano. Números significativos começam a surgir, indicando que o setor deverá, finalmente, sair da estagnação. Uma vez que a comercialização de tais bens duráveis exige alto grau de confiança por parte dos compradores, na medida em que estes precisam se comprometer com valores mais significativos e prazos longos, nota-se que a população tem enxergado melhora no painel econômico.
No caso da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), foram pujantes os dados de vendas de imóveis em janeiro. De acordo com um levantamento que inclui as 60 principais construtoras que atuam na Capital, a quantidade de unidades negociadas cresceu 35% no comparativo com igual período do ano passado. Já o Valor Geral de Vendas se expandiu 43% nesse paralelo. Outra estatística impactante: no mercado vertical, o aumento no número de imóveis vendidos foi de 66%.
A tendência nacional para 2018 também é de retomada. Conforme recente projeção do Secovi-SP – que congrega empresas de compra, venda, locação e administração de imóveis -, o mercado brasileiro deverá crescer em torno de 10% no ano. A avaliação da entidade é que os bons ventos que devem guiar a economia neste ano irão impelir as negociações imobiliárias, independentemente das dúvidas que pairam sobre as eleições gerais.
Para além do campo residencial, os escritórios corporativos também devem ficar aquecidos. Conforme levantamento de uma consultoria especializada, em 2017, a ocupação dos escritórios corporativos em São Paulo, por exemplo, avançou em torno de 270%. No Rio de Janeiro, mesmo com a severa crise fiscal, o crescimento foi superior a 100%. Durante a crise, as capitais amargaram uma vacância visível.
Em Fortaleza, para ter noção da quantidade de imóveis comerciais e corporativos à disposição, bastava dar uma volta pelas ruas de bairros que agregam muitos negócios. A proliferação de lugares vagos, contudo, parece já ter deixado para trás a pior fase.
O setor imobiliário desperta após anos de resultados bastante negativos. Em Fortaleza, as unidades vendidas caíram 49% no ano passado, um tombo muito expressivo. Em 2016, esse indicador foi ainda pior: queda de 51%.
O comportamento ora observado é de reabilitação, o que não quer dizer que o setor voltou ao compasso anterior à recessão. Comparando com o desempenho de 2015, nota-se que o mercado ainda está longe da efervescência. Em janeiro daquele ano, o Valor Geral de Vendas na Região Metropolitana havia sido de R$ 239 milhões contra R$ 140 milhões do mês passado.
Conquanto, a curva de ascensão é relevante e aponta que parcela maior dos consumidores está novamente disposta a adquirir um imóvel, desejo que ficara adormecido durante a turbulência na economia. Também respalda essa mudança de conduta o declínio no número de devoluções de imóveis, os chamados distratos, que atingiram, na Capital cearense, o menor patamar dos últimos 12 meses.
Especialistas do setor projetam o crescimento na oferta de lançamentos neste ano. Mas as empresas, cautelosamente, não devem repetir a excessiva voracidade dos períodos de “boom”, antes da Copa do Mundo e da recessão, o qual acabou não se sustentando.
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