O mercado imobiliário nacional manteve a trajetória de recuperação dos lançamentos e das vendas de moradias nos últimos meses e tende a continuar com bom desempenho neste fim de ano, de acordo com dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).

Os lançamentos de novos projetos totalizaram 21,463 mil unidades no terceiro trimestre de 2018, avanço de 30,1% em relação aos mesmos meses de 2017. No acumulado dos últimos 12 meses até setembro, os lançamentos atingiram 102,552 mil unidades, ante 85,602 mil unidades no acumulado dos 12 meses anteriores.

Por sua vez, as vendas alcançaram 26,187 mil unidades no terceiro trimestre de 2018, crescimento de 23,1% em comparação com igual período de 2017. No acumulado dos últimos 12 meses até setembro, foram vendidas 118,462 mil unidades, ante 93,500 mil no acumulado dos 12 meses anteriores.

Como resultado de vendas maiores do que lançamentos, o estoque de imóveis residenciais novos recuou 13,8% em um ano, chegando a 118,590 mil unidades. Desse total, 23% são unidades na planta, 47% em obras e 30% prontas. Se mantido o ritmo atual de vendas, o estoque seria suficiente para abastecer o mercado por 14 meses.

De acordo com o presidente da Comissão Imobiliária da CBIC, Celso Petrucci, o mercado deve ter um desempenho positivo também no fim deste ano, baseado na continuidade da recuperação da economia brasileira, melhora gradual do nível de emprego e disponibilidade de financiamento.

“Tudo indica que devemos ter um quarto trimestre forte em lançamentos e vendas”, afirmou nesta segunda-feira, 26, durante apresentação do estudo.

O levantamento da CBIC considera os números de 21 cidades e regiões metropolitanas do País.

Otimismo

Os lançamentos e as vendas de imóveis no País devem crescer na ordem de 10% a 15% na comparação de 2019 com 2018, de acordo com projeções da CBIC. “Esperamos que seja um crescimento paulatino, que irá acompanhar a demanda por imóveis e a recuperação da economia do País”, disse Petrucci.

Ele ponderou, entretanto, que o avanço esperado do setor daqui para frente dependerá da garantia de disponibilidade de recursos para financiamento da compra e da construção de imóveis, especialmente dentro do programa Minha Casa Minha Vida, que hoje representa cerca de dois terços dos lançamentos e das vendas.

No último mês, a falta de recursos do FGTS paralisou temporariamente as atividades do programa habitacional, o que só foi normalizado após o remanejamento do orçamento do fundo.

O presidente da CBIC, José Carlos Martins, acrescentou que está otimista com as perspectivas para o ano que vem. “O País está entrando em um período de normalidade econômica. É nesse tipo de cenário que o mercado imobiliário mais cresce, pois depende da confiança dos agentes”, afirmou.