Receber a família e os amigos é algo bastante comum na vida da arquiteta Liz Arakaki e de seu marido, que vivem em um apartamento de 150 m², com terraço, na zona sul de São Paulo. “O projeto de reforma e ambientação foi pensado para valorizar momentos de convívio”, conta a profissional, sócia da arquiteta Caroline Endo no Estúdio Nōdo. Integrar a cozinha ao living foi uma das poucas intervenções feitas no apê. Com isso, o ambiente de preparo das refeições, com parede lousa, transformou-se em extensão da área social.
“O layout foi pensado para que os ambientes dialogassem entre si”, lembra Liz. O sofádo estar, por exemplo, não dá as costas para a sala de jantar, deixando a conversa fluir mais livremente entre os convidados. “Em dias de recepção, uma coisa curiosa é que a gente precisa ‘empurrar’ as pessoas da cozinha para os outros espaços”, diverte-se a proprietária.
Outra característica marcante são os móveis feitos sob medida. Por toda parte há peças desenhadas pelas arquitetas para aproveitar melhor os espaços. A estante do living, os armários da cozinha e o mobiliário do quarto do casal são exemplos. “Nesse refúgio, quase tudo é baixinho, respeitando o pé-direito, para dar sensação de amplitude”, conta Liz. Um dos três dormitórios virou escritório, com estofados que podem tornar-se uma cama de casal para acomodar convidados. Tal cômodo tem um painel de correr amarelo no lugar de uma porta tradicional. É um dos pontos de cor no apartamento, em que foi empregado piso cimentício na área social e na cozinha, além de tacos palito de cumaru no setor íntimo, com as paredes sempre brancas.

“Eu também fiz questão de ter algumas peças de designers que adoro”, comenta Liz. Esse é o caso da poltrona Paulistano, de Paulo Mendes da Rocha, das cadeiras Standard, de Jean Prouvé, e das Wishbone, de Hans Wegner. Sem contar os azulejoscriados por Athos Bulcão em 1966, exibidos no hall de entrada, que logo de cara recebem com arte quem chega.
